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'Tou que nem posso


... graças e desgraças


terça-feira, 25 de abril de 2006



Há 32 anos
 
Há 32 anos estava longe, muito longe. Há 32 anos estava na terra onde nasci, na terra onde os meus pais nasceram, na terra para onde os meus avós imigraram, saídos de aldeias remotas de um país remoto, na terra onde toda a minha família nasceu, na terra onde muitos dos membros da minha família ficaram, enterrados. Há 32 anos mudou tudo. E ainda bem que mudou. Embora tanta coisa pudesse ter sido diferente. Alguém disse hoje que há 32 anos um país marcou um encontro com o futuro. Pena é que esteja agora a faltar ao encontro.


posted by: 1 dos 2 / 21:30
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quinta-feira, 20 de abril de 2006



Crónica de dores anunciadas
 
Empoleirado em cima de um escadote, broquim na mão, luto com uma parede que ora parece um queijo suíço ora se comporta como uma place de aço de um dos carros de James Bond. As cortinas estão quase montadas quando, sem aviso prévio, o joelho esquerdo cede. A dor resultante é a de um choque eléctrico, uma cãibra multiplicada por mil, uma paulada em cheio no joelho, corresponde ao movimento da rótula em cerca de 90º, para a esquerda e à respectiva prisão em tal posição. A perna fica hirta e em posição impossível, atiro o broquim e tudo o mais para o chão e desato aos saltos pela sala afora, até cair, até a dor passar subitamente e o joelho reassumir a posição normal. Como é que isto acontece, gostava eu de saber. O que realmente sei é que tenho de ir ao hospital para fazer uma radiogafia e obter uma receita médica para um analgésico potente porque isto vai inchar e daí a umas duas horitas, talvez menos, o joelho mais parecem dois, a perna já não se aguenta no chão, as dores são intensas. Foi a segunda vez que isto me aconteceu, acho que sei o que sente um jogador de futebol quando lhe vão ao joelho. Desta vez tive sorte, diz-me o médico. Foi só uma leve ruptura de ligamentos. Antes ainda acabo de montar as cortinas.


posted by: 1 dos 2 / 21:10
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sexta-feira, 7 de abril de 2006



Simples múltiplos de 3
 
0,3% de crescimento (?) da economia (?) nacional (?)
3% de défice, não me façam rir que estou com os abdominais massacrados
333 medidas de modernização.

A minha mãe é que anda radiante, a partir de agora pode marcar consultas pela internet. Pena é não ter computador em casa.


posted by: 1 dos 2 / 21:09
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domingo, 2 de abril de 2006



Prémio de tradução
 
These chocolates are kosher - Estes chocolates são legítimos.
Conan O'Brien's Late Hour.

Ok, quem me manda a mim ver o SIC Comédia


posted by: 1 dos 2 / 14:43
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domingo, 26 de março de 2006



Quaise
 
Coisas que me irritam solenemente na televisão portuguesa (comentários das transmissões desportivas e novelas à parte):

O bom português (como é que se diz, contornar uma rotunda ou contemplar uma rotunda?)
Telejornais de mais de uma hora
Reportagens em directo e ao vivo sobre engarrafamentos na 2ª circular ou na bê-cê-i
Sôtores e sôtoras
O número treuze
Fazer questões e colocar perguntas sobre...
O estado da icunomia nacional?
Quaise...
Quaise me dá uma coisa má.



posted by: 1 dos 2 / 19:23
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sexta-feira, 24 de março de 2006



É tanta coisa...
 
Os acontecimentos são inversamente proporcionais à postagem. Posta, de bacalhau ou restante, posta ali ou posto isto, aqui, seja onde for. Há um novo Presidente em Belém, à primeira leitura poder-se-ia pensar que é o novo líder do Belenenses, afinal não, parece que é um presidente de todos os portugueses embora haja quem insista que de Portugal pode ser, agora dos portugueses é que não, pelo menos não de todos. Pouco se me dá, se tivessemos um rei - e se eu fosse Marquês - poderíamos copiar os blegas e ter um Rei dos Portugueses. Há manifestações de agricultores, mete-se água no Alqueva, há mais manifestações de agricultores, sôtoras e sôtores vão à "televisão" e opinam sobre coisas que até nem conhecem, continuam as manifestações de agricultores, a Guarda (Nacional) Republicana faz uma operação stop na A1, a meio da madrugada desvia o trânsito para a área de serviço, parece que o concessionário é tio de alguém importante na polícia. Só pode ser. O choque tecnológico continua e os efeitos sobre os súbditos de Sua Majestade o Rei dos Portugueses parecem ser mais os de um choque eléctrico. O que vale é que daqui para a frente tudo se passará a fazer pela internet, os portugueses vão ter de estar permanentemente on-line, só falta adicionarmos www ao nome. Já estamos em Março, fabuloso tema de conversa, o tempo, mas que grande que está o seu filho, oito anos já, como o tempo passa, e este tempo, não é normal para esta época do ano, este mundo está todo do avesso e a culpa de quem é, nossa, toda nossa, então um bom dia e cumprimentos lá em casa. Enquanto isso eu mantenho-me calado e sou penalizado. É o trabalho, sabe como é, chega-se a casa tarde e a más horas, vá lá haver disposição para fazer seja lá o que for, um bom fim de semana para si também, cumprimentos em casa.

Fora isso tenho em mim todos os sonhos do mundo.


posted by: 1 dos 2 / 10:53
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sábado, 11 de março de 2006



Dói menos
 
Um dia, manhã cedo, toca a campainha. Quatro ou cinco tipos mal encarados entram pela casa dentro armados de caixas de cartão por abrir, rolos de fita, maços de folhas de papel, enormes rolos de plástico extensível e daquele com bolinhas que dá um gozo enorme rebentar, mais rolos, estes de fita adesiva. Entram e começam a montar caixas, a abrir armários e a tirar as coisas que tenho lá dentro. Pegam nos objectos, embrulham-nos em papel, cuidado que isso é frágil, não se preocupe que nós sabemos o que estamos a fazer, pensa que esta é a primeira casa que desmontamos e voltamos a montar, ouça por acaso não tem por aí café? Café, tenho, quer dizer se ainda ninguém tiver embalado… Não se preocupe, essas coisas ficam sempre para o fim.
Faço café, o melhor é fazer já uma cafeteira grande, os chocolates, andei eu a poupar os chocolates para estes tipos me abrirem a caixa. Aponto e vou para protestar mas um dos macacos faz um gesto cujo significado tanto poderia ser não obrigado já tenho a minha conta como espera aí que já vais ver o que vai acontecer à tua despensa. Tento acompanhar a desmontagem da casa e verificar o carregamento do camião. Vou pelas escadas porque os elevadores estão todos ocupados pela horda de tropas bárbaras. Faço de conta que não conheço os vizinhos que bem tentam apanhar uma boleia nos “monta-cargas” mas dificilmente conseguem. Deito a mão a uma das caixas para ver o que lá tem dentro e enfio uma lâmina de "faca japonesa" no indicador direito. Puxo a mão e o gesto completa o corte. Sabe, diz-me o enfermeiro que me faz um curativo e para além de pomada anti-séptica vai deitando na ferida umas gotas de um líquido incolor, o que é isso, isto?, cola biológica!, dizia eu, a ter de se cortar mais vale com uma lâmina afiada. Sara mais depressa e dói menos.


posted by: 1 dos 2 / 22:24
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006



Sete
 
Café. Simples, sem leite, com leite, expresso, bica, cimbalino, cappuccino, macchiato, meia de leite, galão, viennois, borgia, turco (grego?), tudo menos instantâneo ou "lamacento", que é assim uma espécie de café turco (grego?), do tipo instantâneo sem no entanto o ser, que por muito que se espere para se beber (já frio) ficarão sempre pequenos grãos de café na boca.

Abro o congelador que, dizem, é onde se deve conservar o café e, a propósito de leis de Murphy, fico com a tampa da lata na mão e o café espalhado por tudo quando é lado. Se ao menos tivesse um animal qualquer (um gato!) que gostasse de café. Um montinho de dimensão considerável não cai no chão, fica mesmo à beira da porta do congelador, alguns grãos vão escorregando e caindo lentamente, enfiando-se entre a borracha e a porta. Se a abro isto cai tudo. Pergunto a mim mesmo se devo irritar-me com a sujeira que acabo de fazer e fico sem resposta.

Hum, um prato, pego no que está mais à mão e com jeitinho tento recolher o pó de café que ameaça precipitar-se para o abismo a qualquer momento. Boa, consegui, agora é só aspirar o chão. Deito com jeitinho o café no lixo e coloco o prato em cima da mesa da cozinha.

Olho bem para o prato.

Now I'm a believer.


posted by: 1 dos 2 / 19:28
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006



Gato pelado
 
Um gesto que se faz todos os dias, várias vezes por dia. Meter a chave na ignição e dar meia volta. Há quem viva com medo de o fazer, há quem pague a outros para o fazer e só depois é que entra no carro. Nunca tive e espero nunca vir a ter problemas desses.

Ontem, ao dar a tal meia volta ouvi um ruído estranho, diferente do habitual, nada que ver com um motor de arranque a forçar pistões. A combinação de sons mecânicos dignos de um filme de George Lucas fez-me rodar a chave no sentido inverso, hesitar, saír do carro e procurar a razão, como se o mais natural fosse ver Dart Wader por ali. Nova tentativa, nada de barulho, o motor pega à primeira, a luz da bateria acende-se e mantém-se acesa, a lâmpada que indica a necessidade de ir até à oficina acende-se também. Começo a pensar que chegou novamente o Natal e espero. Do mal o menos. Duas luzinhas acesas. Leva-me à oficina, please.

Desisto da viagem, volto para casa disposto a tratar do meu fiel companheiro sobre rodas com a maior rapidez. Levo-o à oficina, espero que um assistente me atenda, que é feito dos mecânicos, a correia de transmissão está fora do lugar, é melhor verificar porque é que saltou, pode ter sido um gato. Um gato? Um gato! A minha expressão fez o mec... assistente dar-me um encontrão e sorrir «não se preocupe, não aconteceu nada ao gato senão isto estaria cheio de sangue por todos os lados». Encorajador, «não, o bicho ficou só pelado» e tirou uma mão cheia de pelo cinzento do alternador.

Se apanho o felino, então é que o bicho vai ver o que é ficar sem pelo.


posted by: 1 dos 2 / 19:35
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domingo, 12 de fevereiro de 2006



Iluminados
 
A todos os iluminados
(sem nunca esquecer os pretensamente muito cultos
e intelectuais).



posted by: 1 dos 2 / 21:56
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