O PR dissolveu a AR. O PM não gostou. E com razão. O Governo ainda cheirava a novo, alguns ministros ainda nem sequer tinham rasgado os plásticos. Por isso o PM demitiu-se. O PR não gostou. E com razão. Afinal de contas o PM estragou a festa ao PR. E o PR não gosta que o PM lhe roube os projectores.
A TAP mudou de imagem. E de nome. Terá tido alguma coisa que ver com o duelo PR-PM? Ninguém sabe ao certo. O que sim é certo é que foi um air que se lhe deu. Agora os nossos aviões vão ficar modernaços, nada daquela imagem parola de 1979. Vamos ter as mesmas cores mas em tons diferentes. Atraentes. Modernas, isso já disse. Mas nunca é demais repeti-lo. Até porque há quem as ache pirosas e só por isso vá a correr trocar passagens por outras da Ibéria. E com razão. São lindos os aviões da Ibéria, perdoem-me a insistência no acento agudo.
E já que chegámos ao laranja, o PSD também mudou de imagem. E de nome. Só que ao contrário da TAP o nome cresceu. Passou a ser PPD/PSD. E as setas do PPD/PSD mais parecem agora os anéis de Saturno mas em torno do nosso planeta, em tons de verde, o planeta, que os anéis são laranja, e devem querer representar as viagens do ex- SECP por esse mundo fora. Não entendi bem a lógica de recuperar a sigla PPD. Será que o ainda mas futuro ex-PM quer ter a ilusão de estar coligado consigo mesmo?
O PS não mudou de nome mas mudou de cor. Agora é tudo verde. E a verdade seja dita há por lá também imenso azul. Em vez de Estados Gerais e coisas assim surgiram novas Fronteiras. Será que o provável próximo PM, enfim não sei de nada mas parece que sim, vai suspender o Acordo de Schengen? Eu cá , quando ouço falar de fronteiras suspeito.
O que verdadeiramente me preocupa no entanto são os choques. Primeiro foi o choque fiscal e ainda anda tudo zonzo à conta disso. Agora vêm aí réplicas, e aos montes: choques tecnológicos, choques de valores. Até choques térmicos, ondas de frio nunca vistas, vai ficar tudo branco.
Mas depois, como sempre, não cumprem. Ele foi mais aquecedores em casa, mais ceroulas, cachecóis, luvas, gorros de lã e afinal o frio era frio mas também não era assim caso para tanto exagero. É por isso que eu vou seguir o conselho de José Saramago. Votar em branco? Não. Duplicar-me? também não. Desistir do meu nome? Convenhamos que teria as suas vantagens...
Fazer um cerco a Lisboa?
