/>


'Tou que nem posso


... graças e desgraças


sábado, 17 de julho de 2004



A mentira do silêncio
 
Mentir é feio; calar é enganar a verdade. Haverá alguma diferença?

Aprendi a calar. Será que não mentindo estarei a enganar?

Se formalmente não minto, engano, e se não engano ninguém, estou a enganar-me com certeza.

Não procurei o engano, o engano encontrou-me. Recuso a mentira ao mascarar a verdade.

Exerço afinal o que durante muito tempo me magoou. Consigo inexplicavelmente conviver com duas meias verdades sem querer reconhecer que são duas boas mentiras.

Viver com uma só mentira causou-me tanta amargura que me fez reagir, esbracejar e provocar a rotura. Inexplicavelmente, dou comigo a pactuar pacificamente com o plural.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 17:55
#



domingo, 11 de julho de 2004



A solidão da insegurança
 
Assumo o papel que me impõem, enfrento destemida os desafios. Por cada palavra que profiro, sinto o peso duma decisão. Por cada decisão que tomo, sofro a insegurança dessa responsabilidade.

Não posso contar com o apoio de nada nem de ninguém. Estou só e entregue à minha própria e individual capacidade de discernimento. Se for bem sucedida, não faço mais do que a minha obrigação, se não for… é porque não tenho capacidade para o cargo.

A lei é a da selva… come para não seres comida! Gastam-se mais energias a olhar por cima do ombro do que a produzir.

Procuro não questionar a realidade que me envolve; evito parar para pensar: “Mas afinal o que é que eu estou aqui a fazer?”

Nas 16h ou mais horas por dia em que me deixo arrastar neste turbilhão, não me permito dar a mim própria um segundo de introspecção. Todos os dias perco um pouco do bom que sei que ainda há em mim, e perco-o com a noção da má consciência que ainda me habita.

Assisto algo perplexa ao facto de que quem me quer bem, quem deveria saber o quanto isso me penaliza, não o reconhece. Incentivam-me para que eu continue, para não desistir de continuar a desbravar caminho numa corrida sem sentido, que nada tem a ver comigo.

E nos poucos momentos que tenho para mim… sinto-me mais só do que em qualquer outro momento em que a solidão me apanhou desprevenida.

Maria



posted by: 1 dos 2 / 14:19
#






ÚLTIMAS ENTRADAS



ARQUIVO
setembro 2003
outubro 2003
novembro 2003
dezembro 2003
janeiro 2004
fevereiro 2004
março 2004
abril 2004
maio 2004
junho 2004
julho 2004
agosto 2004
setembro 2004
outubro 2004
novembro 2004
dezembro 2004
fevereiro 2005
maio 2005
julho 2005
agosto 2005
novembro 2005
dezembro 2005
janeiro 2006
fevereiro 2006
março 2006
abril 2006



Outras (des)Graças

A Tasca da Cultura

Classe Média

4025 km a Leste

Já sou grande



GoogleNews

This page is powered by Blogger. Isn't yours?




Locations of visitors to this page