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'Tou que nem posso


... graças e desgraças


sexta-feira, 27 de janeiro de 2006



A cor púrpura
 
Petra, Jordânia.


E as outras.

Interior de uma tumba. Pelo menos quem aqui encontrou a "última morada" ficou com um ambiente de trabalho à maneira. O mesmo a quem aproveitar para, por exemplo, ficar a olhar para o tecto. Tumba, tumba tumba...



posted by: 1 dos 2 / 20:50
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2006



O programa segue...
 
As notas de viagem estão atrasadas. Tudo parece afectar o ritmo com que [não] vou conseguindo "traduzir" os rascunhos. Imprevistos sucedem-se. À semelhança do A-380 que, ao que parece, é demasiado pesado e não consegue descolar com capacidade máxima (bem, isto afinal não é exclusivo nacional), os planos não batem certo e, pior, o óbvio teima em não vir à tona. Faço um esforço por aproveitar tempos mortos na fila do supermercado mas nem aí consigo, alguém bate no meu ombro e diz - eu estou atrás de si está bem, vou só ali buscar pão fresco e volto já! Sucessivas tentativas de colocar uma foto neste espaço saldam-se em esperas demasiado longas, culminadas por mensagens de erro.

Pedimos desculpa pela interrupção. O programa segue dentro de momentos.


posted by: 1 dos 2 / 20:01
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sábado, 21 de janeiro de 2006



Imaginário
 
Num país imaginário vota-se em eleições de outro país imaginário. Cidadãos do segundo país imaginário que também o sejam do primeiro ou que apenas nele residam são chamados a exercer um direito e a cumprir um dever, o de eleger um novo Chefe do Estado. Imaginário.

Para que todos possam fazê-lo decidem as autoridades do país imaginário onde se vai eleger o Chefe do Estado, imaginário, que cidadãos residentes em país imaginário além-mar votem durante três dias. Pelo correio? interrogam-se alguns dos cidadãos imaginários, confusos. De forma alguma, as autoridades do país imaginário onde se vai eleger o Chefe do Estado querem que os cidadãos imaginários, onde quer que estejam, vão a votos.

Sondagens imaginárias apontam tímida e imaginariamente para uma possibilidade, imaginária, de vir a ser necessário um segundo escrutínio para eleger o Chefe do Estado, já se vota além-mar.

Eis então que alguém aquém-mar constata, estarrecido, que quando chegar a hora de encerrar as urnas e de começar a contar os votos, à luz de candeeiros, algures além-mar ainda o Sol irá alto.

O mundo inteiro assiste incrédulo.

No país imaginário onde se elege um novo Chefe de Estado, imaginário, acaba de ser descoberta a existência do fuso horário.


posted by: 1 dos 2 / 15:58
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2006



Invasão da privacidade
 
«Não tenho elementos que confirmem que a situação seja tão grave como aquela que é descrita na comunicação social.»

Procurador-Geral da República.

Sinto-me tão tranquilo que prometo continuar a trabalhar nas minhas notas de viagem.


posted by: 1 dos 2 / 16:31
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2006



Para onde fores eu vou.
 
Quando acabares de atravessar
faz sinal para os carros passarem.




posted by: 1 dos 2 / 18:37
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terça-feira, 17 de janeiro de 2006



Cepticismo
 
Cepticismo
s. m.,
doutrina filosófica baseada na suspensão do juízo afirmativo ou negativo, principalmente em assuntos metafísicos;
estado de quem duvida de tudo ou não aceita crenças geralmente admitidas;
pirronismo.

Pirronismo
do Gr. Pýrrhon, n. pr.

s. m.,
sistema filosófico de Pírron que nega poder o homem atingir a verdade;
cepticismo;
hábito de duvidar de tudo;
fam.,
teimosia;
obstinação.


posted by: 1 dos 2 / 01:14
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2006



Only five minutes
 

Do wadi há que subir até ao ponto mais alto da escarpa para ver o que terá sido um mosteiro no tempo dos Nabateus, os que por ali andaram a esculpir pedra mole e se passaram dos limites em Jebel El Deir. O cansaço aperta. A hora também. Mulas esforçam-se por subir escadas feitas por várias gerações de equinos, cascos gastos lutam para não escorregar em degraus de pedra ainda mais delapidados. O declive pronunciado aprofunda o precipício a cada passo. Antes subir a pé. Mas com cuidado para não se ser atropelado por mulas que sobem carregadas, mais perigosas as que descem, aligeiradas, em velocidade, para que os seus donos possam angariar mais viajantes. It’s only five more minutes, diz uma senhora idosa já de regresso. Quem consegue chegar ao topo dirige-se primeiro à tenda dos refrescos e bebe um chá de menta com açúcar para recuperar as forças. Igual sorte não cabe à bateria da máquina fotográfica digital, reprime-se estoicamente uma crise acumulada a cada fotografia que não é tirada pela câmara a sério, deixada em casa. Contemplado o "mosteiro", imortalizado o espectacular monumento na derradeira foto em formato de zeros e uns, faz-se o caminho de regresso, de seguida, quase sem paragens. Leva-se hora e meia a percorrer o que demorou quase cinco a apreciar. No caminho, um pequeno nicho quadrangular numa das paredes do siq convida a uma paragem, quem sabe ainda haverá bilhetes para os “Salteadores da Última Cruzada Perdida”. Chega-se ao hotel, pés de molho, corpo de molho, tudo de molho. Com sorte encontra-se depois um restaurante exótico, onde um músico toca alaúde e onde se come carneiro acompanhado de arroz e iogurte, -try this with some appetisers, 90% money back if you don’t like, pelo menos 10% o restaurante tem garantidos. Cerveja sem álcool, -sorry, beer inside only. No interior, os verdadeiros aventureiros poderão ainda experimentar uma espécie de sumo de limão temperado com umas gotitas de algo possivelmente aparentado com vodka a que os descendentes dos Nabateus estranhamente chamam “caipirosca”.


posted by: 1 dos 2 / 20:17
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Isco
 
Isco - s.m., substância que se põe no anzol para engodo dos peixes.
Engodo - s. m. fig., coisa com que se atrai alguém; dádiva astuciosa; mimo.


posted by: 1 dos 2 / 20:12
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domingo, 15 de janeiro de 2006



Recordar é (re)viver
 
Viajar é das melhores coisas que esta vida me pode proporcionar.

Ler um “diário de viagem” pelas palavras do Manuel é voltar a reviver passo a passo, riso a riso, história a história, todas a peripécias e os dias perfeitos que vivi da última vez que fiz férias a sério.

Estou a adorar, minuto a minuto.


Maria


posted by: 1 dos 2 / 20:55
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Tumba, tumba, tumba.
 

Siq. - Falha natural, espécie de canion criado, presume-se, por movimentos tectónicos. Entra-se nele depois de caminhar algumas centenas de metros por um trilho poeirento. Chega a parecer um túnel mas as paredes de pedra altas e inclinadas que vão estreitando até não sobrarem senão alguns metros não chegam a tocar-se no topo, a perder de vista, fica-se com a sensação de ter sido engolido por uma cobra gigante. Desemboca subitamente numa praça enorme. Al Khasneh (a tesouraria), mais parece a fachada de uma catedral do que uma repartição de finanças. - Ei, aqui dentro não há nada! É só mesmo a fachada escavada na pedra. Só!!! Ao parar para apreciar o trabalho de quem terá passado anos a escavar a pedra que sendo mole não deixa de ser pedra, e parece ter ficado sem tempo para acabar a obra, e já agora para descansar, dá para ir ouvindo as explicações dos vários guias que por ali andam e que dedicam grande parte do seu tempo a falar de Steven Spielberg e da Última Cruzada, afinal foi por ali que Indiana Jones entrou (vá lá saber-se como) para o mundo fantástico do Santo Graal. Aparentemente é o que mais interessa. Wadi Mousa continua a descer para o vale logo depois da praça da catedral, Moisés terá andado por ali, aliás todos andaram por ali e todos eram jordanos. As “margens” do wadi formam uma zona ampla onde as tumbas escavadas na rocha se multiplicam. Algumas têm tendas a adornar as aberturas. Ou são as tendas que se prolongam para o interior de tumbas. De cem em cem metros, loja improvisada onde beduínos, mulheres e/ou crianças, tentam vender anéis, colares e outras bugigangas, e ainda pedras (!) e moedas antigas (?), quase tudo por um dinar. Também se aceitam moedas de euro.

- Come, buy souvenir, jewelery, coins, one dinar…


posted by: 1 dos 2 / 15:17
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2006



Táxi?
 


posted by: 1 dos 2 / 22:15
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Diálogos hachemitas
 
Filas de tendas e quiosques de vendedores ambulantes e de táxis amarelos reluzentes. Burros, mulas, cavalos, camelos, carroças puxadas por qualquer das mencionadas bestas. Fotografias do rei da jodânia e da família real por todo o lado, sendo as do falecido pai do actual monarca hachemita quase sempre maiores, bem maiores, do que as do filho, quase sempre assim um pouco por todo o reino.

Alguém teima que não foi nada o Santo Graal que a Petra trouxe Indiana Jones mas sim a Arca da Aliança mas perde. Fosse qual fosse o motivo, vendem-se mais chapéus, mais óculos de sol, mais chicotes, mais coletes e mais cintos de cabedal do que qualquer outra mercadoria.

- Sunglasses? Indiana Jones!
- :-) How much?
- You choose. I give you good price.
- How much are these?
- Good price, nice discount.
- HOW MUCH?
- Here, try this.
- No. I choose and you tell me the price, ok?
- Ok, I have ten, I have fifteen, I have twenty, I have thirty, but I give you very good price…
- These for ten?
- Noooo, this Rayban! This fifteen!!!

- Taxi? Come, I take you down, only two dinar…Need donkey? Air condition. Come, walk very difficult, come I take you, two dinar…
- You come from?

- Portugal!? Welcome!


posted by: 1 dos 2 / 21:22
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sábado, 7 de janeiro de 2006



Notas de Viagem
 
À Luísa


Como meter uma quantidade praticamente ilimitada de gasolina no depósito de um VW Polo? O que fazer para viajar de carro na Jordânia, país onde não há gasolina sem chumbo (e onde houver o melhor será não arriscar) ?

A solução mais simples é atestar o depósito antes de passar a fronteira e contas feitas à viagem encher um jerry can de 10 litros com gasolina.

- Pode meter mais no carro se quiser…
- Como?
- Pode meter mais, quer ver, se eu tocar com a agulheta aqui, aponta a empregada do posto de abastecimento fronteiriço para uma pequena saliência no interior do tubo do depósito ao ver-me de jerry can na mão e adivinhar a intenção, - quer ver, sai o ar todo que tem dentro, vê?

Estupefacto, constato que depois de ela ter metido 31,6 litros de gasolina, o depósito continua a aceitar litros e litros de combustível a cada toque no referido local.

- Ainda pode meter mais, quer?
Escapa-se-me um sorriso malicioso, - querer quero, mas isso não faz mal?
- Não faz nada mal, isto está é cheio de ar, olhe vê que pode meter mais… Pronto, está cheio, agora é que não dá para meter mais.

Pago sem conseguir apagar o dito sorriso.

Resultado: o depósito ainda levou mais 7,4 litros de gasolina e foi preciso percorrer mais de duzentos quilómetros para o ponteiro começar a retroceder na escala.




posted by: 1 dos 2 / 19:53
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sexta-feira, 6 de janeiro de 2006



Imagine
 
Imagine-se uma das cidades do mundo com mais carros, mais táxis, mais autocarros, mais motas, mais mensageiros e entregadores de pizzas, mais peões, mais cães, mais gatos, mais motas, mais mensageiros e entregadores de pizzas a usar as passadeiras reservadas a quem mais não tem do que duas pernas ou quatro patas, por vezes nem isso -, por quilómetro, por habitante, por metro quadrado, por hora. E mais poluição, mais pó no ar, mais obras, ainda mais pó no ar.

Obras. Alargam-se vias, desnivelam-se cruzamentos, constroem-se túneis e viadutos, duplicam-se faixas de rodagem. Cartazes procuram mostrar como é que as ruas vão ficar depois de prontas.

Até aqui poderia ser algures em Lisboa. Talvez no Porto.

Num dos extremos da rua em obras movem-se edifícios históricos, um a um, vinte ou trinta metros para trás, para deixar passar uma rua nova sem que as casas sofram com isso. Transplantam-se árvores e ainda a rua não está pronta e já tem separadores verdes e floridos. Marcam-se faixas, até corredores para bicicletas vai haver.

Lisboa? Porto?

Semáforos, grandes, bem colocados, visíveis mesmo do ângulo mais agudo (Lisboa?!Porto?!), solícitos e solidários para com o amarelo (laranja, não?), passam por ele em ambas as direcções, verde também pisca antes de mudar para amarelo (Lisboa?!! Porto?!!) , continuam a debitar como se nada fosse, sabe-se lá se amuados por tanto desnivelamento, imunes a mudanças de fluxo de tráfico, reis e senhores de cada cruzamento. Mesmo em dia feriado, onda verde só se for na praia, em dia de descarga de esgotos.

Sincronização? Alguém ouviu falar do conceito? Ninguém?

Com licença, até poder avançar mais um pouquinho vou ver se durmo. À vontade, diz-me o parceiro do lado direito. Eu acordo-o.

Bem-vindos a Tel-Aviv.


posted by: 1 dos 2 / 21:38
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Só sonhos?
 
A questão é que só os sonhos não me alimentam.


posted by: 1 dos 2 / 20:37
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quinta-feira, 5 de janeiro de 2006



Sonhos
 
Arábias, areias quentes, palacetes mouros, especiarias, tapeçarias, jogos de luz e de sombras, sons e ruídos abafados, lençóis de cetim, sensações, sonhos, falta qualquer coisa...


posted by: 1 dos 2 / 23:30
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Just a moment
 
You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment and now you can't get out of it



posted by: 1 dos 2 / 00:13
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2006



Ingenuidades
 
Coisas que se encontram numa galeria de arte em Tel-Aviv

The Naïves of Spain and Portugal
12.1.2006 - 10.2.2006

Gallery of International

Naïve Art

255 Dizengoff str.


Playing in the Garden
Fernanda Mourão
Óleo sobre tela


posted by: 1 dos 2 / 17:15
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domingo, 1 de janeiro de 2006



Simple things
 


posted by: 1 dos 2 / 00:12
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