Num país imaginário vota-se em eleições de outro país imaginário. Cidadãos do segundo país imaginário que também o sejam do primeiro ou que apenas nele residam são chamados a exercer um direito e a cumprir um dever, o de eleger um novo Chefe do Estado. Imaginário.
Para que todos possam fazê-lo decidem as autoridades do país imaginário onde se vai eleger o Chefe do Estado, imaginário, que cidadãos residentes em país imaginário além-mar votem durante três dias. Pelo correio? interrogam-se alguns dos cidadãos imaginários, confusos. De forma alguma, as autoridades do país imaginário onde se vai eleger o Chefe do Estado querem que os cidadãos imaginários, onde quer que estejam, vão a votos.
Sondagens imaginárias apontam tímida e imaginariamente para uma possibilidade, imaginária, de vir a ser necessário um segundo escrutínio para eleger o Chefe do Estado, já se vota além-mar.
Eis então que alguém aquém-mar constata, estarrecido, que quando chegar a hora de encerrar as urnas e de começar a contar os votos, à luz de candeeiros, algures além-mar ainda o Sol irá alto.
O mundo inteiro assiste incrédulo.
No país imaginário onde se elege um novo Chefe de Estado, imaginário, acaba de ser descoberta a existência do fuso horário.