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'Tou que nem posso


... graças e desgraças


quarta-feira, 28 de janeiro de 2004



Trocas
 
Algures na Alemanha haverá, amanhã, uma troca de prisioneiros. Alguns foram raptados para esse efeito. Hoje raptas tu, amanhã rapto eu. Mas houve também quem tivesse sido apanhado antes, durante ou depois de cometer actos que cada uma das partes envolvidas define como terroristas, sobretudo quando se refere à outra. Uns libertarão algumas centenas, outros apenas quatro, e três deles deverão regressar a casa dentro de outros tantos caixões. Procuro a lógica mas não a encontro. Deve ser uma questão de cotação. No meu tempo de criança trocavam-se cromos e, de facto, uns valiam mais que outros.

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 12:31
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Radical
 
Agora sei que posso contar com parceira para férias não convencionais.

I'm a radical. I know!

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 11:54
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terça-feira, 27 de janeiro de 2004



HidroSpeed
 
Descer o Rio Paiva, em pleno Inverno e com um frio de rachar. Para quem conhece o meu horror ao frio, deve achar que é um programa que dispenso de boa vontade.

Pois bem, enganam-se. E isso é a prova que medos, fobias e demasiado bom senso são razões para que nesta vida se passe ao lado de sensações únicas.

Enregelei, é verdade; o facto de borracha, as luvas, o carapuço, as botas, o colete, as joelheiras e toda a parafernália de adereços que fui obrigada a envergar não foram suficientes para proteger o meu pobre físico da temperatura gelada das águas do rio. Mas adorei cada minuto, desde a paz e o silêncio que me envolviam enquanto me deixava deslizar embalada pela corrente, em que ouvia ao longe a conversa entre os meus companheiros de passeio, em que registava com os olhos a beleza da paisagem ao longo das margens inacessíveis, momentos que antecediam e que eram interrompidos pelo crescendo do ruído dos pequenos rápidos que nos esperavam ciclicamente, em que a adrenalina vinha ao de cima e em que me agarrava à prancha e pensava “agora é que são elas”, em que o objectivo era ultrapassar o obstáculo, evitar as pedras, para logo a seguir ao alívio de “este já passei!” pensar “Oh! Já acabou!”

E o mais engraçado de tudo, era olhar para trás para observar os que me seguiam e pensar:

“O quê? Eu também passei por ali?”

Adorei cada minuto.


Maria


posted by: 1 dos 2 / 13:50
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2004



Jornalistas (?)
 
Que me perdoem os jornalistas sérios, os que se dedicam à sua profissão e a exercem com ética e com respeito pela dignidade dos outros. Quanto aos restantes, e parece que não são assim tão poucos, mete nojo a forma como a notícia da morte do jogador do Benfica Miklos Feher está a servir para alimentar (maus) instintos jornalísticos. Alguém se sentiu mal, caiu na relva e morreu. Não se trata de saber se o cartão amarelo foi bem atribuído, se houve mão à bola ou bola na mão, se o árbitro não gostou de algo que ouviu, se a bola terá, ou não, saído do relvado. À distância que os jogadores estavam das balizas, não foi certamente um penalti roubado. A quem é que serve, para que é que serve, então, a repetição exaustiva, em câmara lenta, das imagens captadas em directo pela televisão?

Tenham maneiras.

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 15:33
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2004



Outdoors
 
Tenho andado bastante ocupado. Drafts, papers, layouts, you name it, I’m doin’ it. Depois ainda tenho o blog. O meu carro anda um nojo. A única vantagem é que assim ninguém mo rouba. Também, tem immobiliser, não iriam longe. Mas um dia destes tenho que parar num car wash. Talvez quando for ao shopping, a despensa anda desfalcada e a loja de conveniência começa a sair cara. Não, o melhor é depois de vir do health club. Assim o cabelo seca enquanto espero. Precisava de ir à Madeira mas detesto aviões, check-in, transfers, check-in outra vez no hotel, room service, check-out. Que stress. O meu telemóvel não me pergunta “how are you?”, tenho que ver porque é que continua a asnear em roaming. Não posso esquecer-me de mandar o e-mail sobre o novo site do congress centre... Podia parar ali, depois do cruzamento, por favor? Como? Desculpe, importa-se de repetir, “after the cross?”, ah sim, é, realmente acho óptimo aprender inglês, pois, vai, vai dar um jeitão em Junho… Chiça, quase me esquecia do meu laptop no taxi. Ora bem, a ver se vou primeiro ver aquele update para o software. Olha, bonito outdoor...

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 12:49
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2004



Letras
 
Não recorro ao crédito mas ando com problemas com letras.

Aquele cartão de plástico que dantes era passado a ferro numas máquinas certamente inspiradas em instrumentos do Santo Ofício e agora se mete na ranhura de uma máquina electrónica que depois cospe papel aos soluços, esse eu uso.

Os meus problemas são outros. É o tamanho. Das letras. Devo ter que ir ao oftalmologista. Até lá só me resta ir à fonte e aumentar o tamanho.

Das letras.

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 08:23
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Vão à missa
 
Eu só gostaria que quem passasse pelo Marco de Canavezes fosse à missa. Melhor ainda. Que quem lá vive tenha fé e olhe para "aquilo". Uma pista: há quem lá vá de propósito para ver a igreja. Chamam-se turistas. Mesmo que não passem lá muito tempo, sempre ficarão para almoçar. No Marco não gostam da obra e querem que caia por si? Bom, se é isso deitem-na abaixo, antes que caia em cima dos fiéis. Não deve ser difícil. Em seu lugar coloquem, bem visível, o projecto do Arq. Siza Vieira (que parecer ser a única coisa bem feita ali). Cimentem a área toda. Relva dá trabalho e gasta muita água. E que o Tóne não se esqueça do silicone, não vá entrar chuva e molhar o papel.

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 07:31
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2004



Projecto ou Execução?
 
A atribuição do Prémio Internacional contemplou o projecto de arquitectura da autoria de Álvaro Siza. Segundo sei, foi este o critério.

Tivesse o critério incluído o rigor da execução, a capacidade técnica das empresas de construção em Portugal, a eficácia e competência dos nossos executantes… talvez a escolha tivesse sido outra. De nada nos adiantaria ter um português considerado como um dos melhores arquitectos a nível mundial.

Os “Tónes” não existem só nas obras pequenas e modestas, de simples arquitectos que ainda sonham em ver uma obra sua construída com cuidado. Eles estão em todo o lado, primos, irmãos, tios ou simplesmente fieis seguidores da escola do “bota-se assim qué mais barato e o resto que se f**da.” E se mesmo assim faltar o papel e cuspo, há sempre o “cola e beda”

E disse.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 23:02
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Materiais de construção
 
Igreja de Marco de Canavezes. Prémio internacional. Frank Gehry veio ao nosso país ver o que é que o Marco tem que falta em Bilbao. No livro de visitantes terá escrito “bravo Siza”.

Já alguém se deu ao trabalho de ir até lá para ver em que estado está a obra e as zonas circundantes? Aquilo foi construído com quê? Papel e cuspo?

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 17:42
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SEX(to) sentido
 
Apesar de não desdenhar de uma rapidinha, eu sou mais de me demorar à procura do caminho. Gosto de me perder... Quando não há lugar (às vezes acontece) pode ser num hotel. O único problema pode ser pagar um que não tenha espelhos no tecto. Rápido ou lento, sexo só faz sentido se for sentido. Ou não?

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 17:41
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O Quarto 113
 
Estrada perdida, um local anónimo igual a qualquer outro. Tanto poderia ser no norte, como no centro ou no sul, neste país ou em qualquer outro que quisermos. Não existem diferenças, nem referência alguma que nos possa localizar. Pode ser em português como em qualquer outro idioma. Aculturado.
Os ingredientes resumem-se em 3 palavras: anónimo, atípico, impessoal.

Na era do Fastfood, criam-se locais em que a palavra “rápido” tem sucesso e mercado garantidos. Podemos estar a falar de hamburgers, pizzas, Coca-Cola ou … sexo. Qualquer um deles é vendido da mesma forma… para consumo rápido.
Não sei exactamente que nome dão a estes modelos de hotel:
Drive in Hotel – Fast Sex?
o que em tradução livre daria:
Uma rapidinha, sem deixar traça ou memória.

O projecto obedece a um layout estudado e testado. Os utentes não saem do carro para fazerem o check-in. Um portão opaco separa uma portaria de guichets em vidro espelhado. A eficiência é total, não há nomes nem perguntas desnecessárias. A chave que lhes entregam contem o nº do quarto atribuído e que se localiza imediatamente por cima dum lugar de garagem com o mesmo número no portão. Explicações são escusadas porque não há lugar para dúvidas. Não se cruzam com ninguém, não se avista ninguém. O corredor de serviço, de acesso independente, apenas tem uma comunicação eventual com “a suite” através duma porta, devidamente fechada à chave; só será aberta para limpeza e manutenção do quarto ou se os utentes solicitarem room service. A opção de integrar um passa –pratos é de prever e bem-vinda.

A decoração e os materiais utilizados dependem do valor do investimento imposto pelo promotor da unidade hoteleira; apenas dois requisitos são comuns e obrigatórios em todos:
espelhos, muitos espelhos - estrategicamente colocados em paredes opostas e, claro está, no tecto -
e… o mau gosto!

Dizem os entendidos, que são os únicos hotéis que não sofrem o drama do roubo dos atoalhados de banho: ninguém quer correr o risco de chegar a casa com uma toalha tão comprometedora! Todos os outros “artefactos” deverão estar devidamente integrados por forma a que não seja possível sair - mais uma vez sem abandonar o veículo - com, sei lá, um televisor na mala, por exemplo.

Basicamente, é este o programa para a execução do projecto e cujas directrizes tive a oportunidade – eu diria única - de me explicarem.
O resto, fica ao critério da imaginação de cada um ou de uma visita, dependendo da curiosidade de quem quiser saber mais.

Pela minha parte, fiquei deprimida q.b.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 12:16
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terça-feira, 20 de janeiro de 2004



A Fidelidade
 
Não há muito tempo, dissertava-se aqui, nos tempos em que a Simplesmente Maria pertencia aos quadros, sobre a desgraça que é ser solteira e desimpedida nos tempos que correm.

Ontem, enquanto conversava com uma amiga de longa data, não pude deixar de reparar na expressão triste no seu olhar. Não foi fácil conseguir que ela me confessasse o que lhe ia na alma, o quê ou quem era o responsável por aquela tristeza.

A custo desabafou: motivos profissionais levaram a que o companheiro com quem vive há cerca de 4 anos, tivesse que ir viver para outras paragens por um período de tempo nunca inferior a 1 ano. Decorreram 5 meses e já são patentes os estragos: desamparo, solidão e, pior de tudo, as dúvidas.

Senti a consciência pesada. Na minha dissertação sobre o estado da nação das mulheres maduras, independentes e oficialmente disponíveis, pouco ou nada me preocupou os sentimentos dessas mulheres, as que não têm rosto mas existem, que têm um nome próprio e a maior parte das vezes o mesmo apelido. Estava eu demasiado centrada em mim, que nem me apercebi da minha crueldade. Esqueci-me, inclusivamente, do tempo em que era eu quem habitava do “outro lado”.

Pode não parecer muito importante, mas fica aqui, e para “memória futura”, o meu apreço e a minha solidariedade para com quem sofre por sentir que o ou a companheiro/a não partilham da mesma forma o conceito da palavra “fidelidade”.

Maria



posted by: 1 dos 2 / 22:55
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Football
 
Football - bola de futebol, futebol; jogo realizado em enormes coliseus onde se juntam milhares de espectadores. Num campo relvado, vinte e dois gladiadores correm atrás de uma bola. Destes, dois guardam balizas. O objectivo é introduzir nelas uma bola. Trata-se de um jogo perigoso em que participam leões, dragões e outras bestas.

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 07:01
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O Meu Umbigo
 
Não tenho tido a capacidade de acompanhar o meu Manuel. Demasiado ocupada a olhar para o meu umbigo.

Não tenho ouvido os telejornais, não faço a mínima ideia do que a palavra football quer dizer, não ligo a aparelhagem que não seja para escutar os meus cd’s. Alheamento completo ou alienação da realidade?

Prenúncio de mudanças, provocação para mudar. Boas notícias, perspectiva de bons ventos. Limpezas sazonais de Primavera antecipada.

Desencontros que se tornam encontros, encontros perenes que afinal nunca se encontraram.

Previsão de céu pouco nublado com perspectivas de boas abertas embora com períodos de chuviscos fracos. Tudo pode acontecer. Só depende de nós e…

do nosso umbigo.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 01:48
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2004



Em nome da igualdade
 
Acabou-se o fim de semana. O que por si só já é um mau começo. Mas há quem tenha voltado ao trabalho ontem. Outros, já labutam desde sábado. Descansaram antes. Tudo depende do tipo de contrato estabelecido com Deus. O que me faz lembrar que o uso de símbolos religiosos é (ou vai passar a ser) proibido em França. Começa-se pelas escolas. Depois logo se verá. Não haverá lugar para turbantes nem para lenços na cabeça. E outros símbolos contratuais visíveis. Em nome da igualdade. Aparentemente a fraternidade e a liberdade estão de férias. É em circunstâncias como esta que eu sinto algum orgulho em… não ser francês.

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 11:41
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2004



Viagem inaugural
 
O HMS Queen Mary 2 fez a sua primeira escala na ilha da Madeira.

Fantástico.

O Presidente do Governo Regional foi a bordo cumprimentar (aliás, comprimentar, segundo a RTP) a tripulação. Na imagem viu-se alguém com as mãos cheias de papéis sussurrar algo ao ouvido do comandante do navio enquanto este escutava atentamente as palavras do Grande Líder.

Teria sido a tradução, para inglês britânico, da mensagem transmitida em inglês ilhéu?

Cá para mim foi assim:

Excuse me sir but we have just received a petition. Apparently, the islanders are begging us to please take this man aboard and leave him anywhere in the Caribbean.

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 13:00
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terça-feira, 13 de janeiro de 2004



Desencontros - 1 Encontros - 2
 
Terminou a primeira volta. Embora de penalti muito duvidoso, os encontros estão a ganhar e se mantiverem o resultado são "Campeões de Inverno".

Manuel


posted by: 1 dos 2 / 14:48
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2004



Desencontros - 1 Encontros - 1
 
Um amigo meu costumava dizer: o melhor que há nas zangas é que depois fazem-se as pazes.

Não podia ser mais verdade; quando existe zanga, quando somos feridos “de morte” mas reagimos, quando o dizemos alto e com a emoção bem ao rubro.

Nessa hora não calamos a nossa espontaneidade e é com o dedo em riste que acusamos “Olha que isso não se faz!”. E se a razão nos assiste – pelo menos em parte porque há sempre mais do que uma forma de ver as coisas – esperamos a resposta do outro lado.

Não se espera a tradicional “desculpa lá!” ou a “foi sem intenção”. Mas espera-se qualquer coisa. Tudo menos o silêncio.

Às vezes há de facto desencontros, quando a outra parte bate em retirada “à espera que passe”.

Outras vezes há felizes reencontros, quando nos mostram que ainda nos podem surpreender, sem uma palavra sobre o assunto mas apenas com um gesto, com um abraço dois dias depois e com uma frase que, dependendo da forma como é dita, significa mais do que mil desculpas: “Sabes que gosto muito de ti, não sabes?”

Neste momento, contabilizo um empate. Nos tempos que correm, já não é mau.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 17:45
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terça-feira, 6 de janeiro de 2004



O jornalista.
 
O jornalista é uma pessoa que tem por profissão escrever em jornais. É o que diz o dicionário, dos antigos, em papel, pesadão, custa a manter aberto na página pretendida.

Só em jornais? Então os da televisão não são jornalistas? Às tantas isso explica muita coisa.

Jornal pode também ser salário, ninguém trabalha de outra forma, ou jorna, que é o trabalho de um homem (e se for mulher?) durante o dia. Quer dizer então que o jornalista trabalha num jornal mas a jorna não pode ser feita de noite. Telejornal será então o trabalho, na televisão, de um homem (já vimos que as mulheres não entram e isso explicará o aspecto da Manuela Moura Guedes), até ao pôr do Sol. Agora já sei porque é que as notícias dos telejornais das 20:00 horas são exactamente as mesmas dos da tarde.

Jornal pode também ser gazeta ou apontamentos, ambos diários, ou ainda relação do que se passou, dia a dia, e foi testemunhado pelo respectivo redactor. Até aqui tudo bem. Agora o testemunhado, aí é que são elas. Pelo menos na televisão o jornalista está sempre de costas para o acontecimento. Só assim é que as pessoas podem manifestar-se livremente por detrás dele.

Deve ser por isso que o jornalista necessita da ajuda do redactor. Este, por sua vez, não é nada sem os repórteres, que são as pessoas que fornecem reportagens.

Estou, sim, bom dia, queria encomendar uma reportagem, 3 minutos e 45 segundos sobre o preço do pão, sim, com duas ou três entrevistas a transeuntes, de aspecto humilde, enfim, gente que compra pão, urgente, sim, é para o jornal da uma. Já agora mandem também dois pães de forma.

Voltando ao redactor, é a pessoa que trabalha num jornal – é portanto colega do jornalista –, ou numa publicação periódica e está encarregado de redigir artigos noticiosos, ou outros.

Ou outros. Pode escrever qualquer coisa. O que lhe der na real gana. Ou seja, quem trabalhar num jornal e fizer a lista de compras também é redactor. Pode ser, portanto, jornalista. E se testemunhar alguma coisa pode ser repórter.

Estou esclarecido.


Manuel


posted by: 1 dos 2 / 09:17
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2004



Se te desencontrares um dia de mim...
 
...eu encontro-te logo de seguida!

porque há pessoas que nós sabemos que nunca vamos perder, NUNCA!

Maria


posted by: 1 dos 2 / 19:18
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O Regresso à “Normalidade”
 
A sociedade volta ao seu normal
Passada a quadra natalícia, as pessoas voltam a tentar ser melhores - consigo mesmas mas sobretudo com os outros - menos consumistas, menos egoístas, mais consciente dos seus deveres e do colectivo.

Os amigos voltam a ligar-nos para saber como estamos e não só para nos darem as “Boas Festas”. São retirados do canto esquerdo dos écrans dos canais de televisão as pirosas alusões ao Natal, da prendinha, do ramo de azevinho e outras que tais.
As ruas da cidade voltam a entupir-se de trânsito às horas consideradas de ponta – pior do que o inferno da “hora de ponta” é ter “ponta” a qualquer hora - as lojas e as repartições públicas voltam ao seu horário normal.
Os prazos voltam a ser desrespeitados não porque “se meteu o Natal e, sabe como é, é sempre uma altura má”, mas por pura ineficácia mesmo.
Os ginásios enchem-se dos culpados do pecado da gula penitenciando-se em esforços suados para perderem os 2kg supérfluos que ganharam juntamente com outros presentes igualmente supérfluos.
Os jornais voltam a anunciar a subida generalizada dos bens de consumo, enquanto que as lojas publicitam os saldos.
Os noticiários regressam aos escândalos, aos boatos, aos debates sobre o segredo de justiça, o déficit orçamental, a crise económica, o flagelo do desemprego.

O país volta à normalidade. E nós todos também.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 08:40
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Desencontros (ii)
 
O telefone soou de forma diferente. O primeiro toque pareceu-me mais longo do que é normal. Ainda antes de atender senti um arrepio. Coincidência ou não, “adivinhei” quem era. E era suposto ser eu a ligar.

Durante vários minutos pouco mais fui capaz de fazer senão ouvir. E confirmar, de quando em quando, que ainda estava aqui, deste lado da linha. Do outro, ouvi choro, sufocos de dor, de revolta, de incredulidade, ouvi perguntas a que não soube responder, “porquê?”, “porquê logo hoje?”, como se pudesse haver explicações ou fizesse diferença morrer a 31 de Dezembro ou noutro dia qualquer.

Já aqui se escreveu sobre a dor alheia, sobre a forma como tentamos aliviar quem é parte de nós e sofre, sobre a impotência que constatamos ter quando não podemos fazer nada. E que é ainda maior quando não podemos aparecer, do outro lado do oceano, literalmente, para abraçar, para confortar a alma com o calor do corpo. A minha atirou-me para momentos que teria preferido não revisitar. Alguém disse que fiquei surdo. Fiquei mudo também. E o meu silêncio causou, agravou desencontros.

Lamento.

O verdadeiro desencontro foi não poder ter estado com quem realmente necessitou de mim.


Manuel


posted by: 1 dos 2 / 06:32
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Desencontros (i)
 
Dói, quando alguém nos magoa. Com ou sem intenção, dói na mesma. Se for alguém de quem gostamos, somos ainda mais exigentes. Em vez de diminuir, o grau de intolerância chega ser maior.

Uma das coisas que aprendi à minha custa foi que, dos meus amigos, não abdico. Menos ainda de quem gosto. Mesmo que esteja ausente. Mesmo que erre. Mesmo que cause ápices de dor e desespero.

Fica aqui escrito. Pode ser cobrado, se vier a ser caso disso.

Mas não deixarei de compreender quem pensar de maneira diferente, quem se cansar e fugir, quem achar que o melhor é deixar-me em paz e não souber, também, compreender que, por vezes, nem tudo é o que parece.

(Que a intenção foi provocar uma reacção desejada).

Que há dias em que tudo corre mal.

Que há desencontros.


Manuel


posted by: 1 dos 2 / 06:30
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quinta-feira, 1 de janeiro de 2004



Novo Ano Nova Corrida
 
00:00h… 00:01 2004 !!!

Terminou o tempo de antena para os balanços, para as revisões da matéria dada, para a nostalgia da contabilidade do “o que eu fiz e não devia ter feito” ou pior “o que eu não fiz mas devia ter feito”, para o estado meio depressivo que tudo isso acarreta.

O tempo de luto, inevitavelmente necessário como em tudo na vida, chegou ao fim. Enterrem-se os mortos, tratem-se dos feridos – lá dizia o Marquês de Pombal, creio, depois do terramoto.

E se haverá momentos maus que por efeito de bola de neve ameaçam tornar o todo em ano mau, valorizem-se os bons, agradecendo reconhecida ter os melhores amigos do mundo e a família que me trouxe ao mundo.

E é neste espírito de, nem vencida nem convencida, que me preparo para mais um ano, mais uma corrida.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 13:21
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