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'Tou que nem posso


... graças e desgraças


quarta-feira, 21 de janeiro de 2004



O Quarto 113
 
Estrada perdida, um local anónimo igual a qualquer outro. Tanto poderia ser no norte, como no centro ou no sul, neste país ou em qualquer outro que quisermos. Não existem diferenças, nem referência alguma que nos possa localizar. Pode ser em português como em qualquer outro idioma. Aculturado.
Os ingredientes resumem-se em 3 palavras: anónimo, atípico, impessoal.

Na era do Fastfood, criam-se locais em que a palavra “rápido” tem sucesso e mercado garantidos. Podemos estar a falar de hamburgers, pizzas, Coca-Cola ou … sexo. Qualquer um deles é vendido da mesma forma… para consumo rápido.
Não sei exactamente que nome dão a estes modelos de hotel:
Drive in Hotel – Fast Sex?
o que em tradução livre daria:
Uma rapidinha, sem deixar traça ou memória.

O projecto obedece a um layout estudado e testado. Os utentes não saem do carro para fazerem o check-in. Um portão opaco separa uma portaria de guichets em vidro espelhado. A eficiência é total, não há nomes nem perguntas desnecessárias. A chave que lhes entregam contem o nº do quarto atribuído e que se localiza imediatamente por cima dum lugar de garagem com o mesmo número no portão. Explicações são escusadas porque não há lugar para dúvidas. Não se cruzam com ninguém, não se avista ninguém. O corredor de serviço, de acesso independente, apenas tem uma comunicação eventual com “a suite” através duma porta, devidamente fechada à chave; só será aberta para limpeza e manutenção do quarto ou se os utentes solicitarem room service. A opção de integrar um passa –pratos é de prever e bem-vinda.

A decoração e os materiais utilizados dependem do valor do investimento imposto pelo promotor da unidade hoteleira; apenas dois requisitos são comuns e obrigatórios em todos:
espelhos, muitos espelhos - estrategicamente colocados em paredes opostas e, claro está, no tecto -
e… o mau gosto!

Dizem os entendidos, que são os únicos hotéis que não sofrem o drama do roubo dos atoalhados de banho: ninguém quer correr o risco de chegar a casa com uma toalha tão comprometedora! Todos os outros “artefactos” deverão estar devidamente integrados por forma a que não seja possível sair - mais uma vez sem abandonar o veículo - com, sei lá, um televisor na mala, por exemplo.

Basicamente, é este o programa para a execução do projecto e cujas directrizes tive a oportunidade – eu diria única - de me explicarem.
O resto, fica ao critério da imaginação de cada um ou de uma visita, dependendo da curiosidade de quem quiser saber mais.

Pela minha parte, fiquei deprimida q.b.

Maria


posted by: 1 dos 2 / 12:16
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