O jornalista é uma pessoa que tem por profissão escrever em jornais. É o que diz o dicionário, dos antigos, em papel, pesadão, custa a manter aberto na página pretendida.
Só em jornais? Então os da televisão não são jornalistas? Às tantas isso explica muita coisa.
Jornal pode também ser salário, ninguém trabalha de outra forma, ou jorna, que é o trabalho de um homem (e se for mulher?) durante o dia. Quer dizer então que o jornalista trabalha num jornal mas a jorna não pode ser feita de noite. Telejornal será então o trabalho, na televisão, de um homem (já vimos que as mulheres não entram e isso explicará o aspecto da Manuela Moura Guedes), até ao pôr do Sol. Agora já sei porque é que as notícias dos telejornais das 20:00 horas são exactamente as mesmas dos da tarde.
Jornal pode também ser gazeta ou apontamentos, ambos diários, ou ainda relação do que se passou, dia a dia, e foi testemunhado pelo respectivo redactor. Até aqui tudo bem. Agora o testemunhado, aí é que são elas. Pelo menos na televisão o jornalista está sempre de costas para o acontecimento. Só assim é que as pessoas podem manifestar-se livremente por detrás dele.
Deve ser por isso que o jornalista necessita da ajuda do redactor. Este, por sua vez, não é nada sem os repórteres, que são as pessoas que fornecem reportagens.
Estou, sim, bom dia, queria encomendar uma reportagem, 3 minutos e 45 segundos sobre o preço do pão, sim, com duas ou três entrevistas a transeuntes, de aspecto humilde, enfim, gente que compra pão, urgente, sim, é para o jornal da uma. Já agora mandem também dois pães de forma.
Voltando ao redactor, é a pessoa que trabalha num jornal – é portanto colega do jornalista –, ou numa publicação periódica e está encarregado de redigir artigos noticiosos, ou outros.
Ou outros. Pode escrever qualquer coisa. O que lhe der na real gana. Ou seja, quem trabalhar num jornal e fizer a lista de compras também é redactor. Pode ser, portanto, jornalista. E se testemunhar alguma coisa pode ser repórter.