Do wadi há que subir até ao ponto mais alto da escarpa para ver o que terá sido um mosteiro no tempo dos Nabateus, os que por ali andaram a esculpir pedra mole e se passaram dos limites em Jebel El Deir. O cansaço aperta. A hora também. Mulas esforçam-se por subir escadas feitas por várias gerações de equinos, cascos gastos lutam para não escorregar em degraus de pedra ainda mais delapidados. O declive pronunciado aprofunda o precipício a cada passo. Antes subir a pé. Mas com cuidado para não se ser atropelado por mulas que sobem carregadas, mais perigosas as que descem, aligeiradas, em velocidade, para que os seus donos possam angariar mais viajantes. It’s only five more minutes, diz uma senhora idosa já de regresso. Quem consegue chegar ao topo dirige-se primeiro à tenda dos refrescos e bebe um chá de menta com açúcar para recuperar as forças. Igual sorte não cabe à bateria da máquina fotográfica digital, reprime-se estoicamente uma crise acumulada a cada fotografia que não é tirada pela câmara a sério, deixada em casa. Contemplado o "mosteiro", imortalizado o espectacular monumento na derradeira foto em formato de zeros e uns, faz-se o caminho de regresso, de seguida, quase sem paragens. Leva-se hora e meia a percorrer o que demorou quase cinco a apreciar. No caminho, um pequeno nicho quadrangular numa das paredes do siq convida a uma paragem, quem sabe ainda haverá bilhetes para os “Salteadores da Última Cruzada Perdida”. Chega-se ao hotel, pés de molho, corpo de molho, tudo de molho. Com sorte encontra-se depois um restaurante exótico, onde um músico toca alaúde e onde se come carneiro acompanhado de arroz e iogurte, -try this with some appetisers, 90% money back if you don’t like, pelo menos 10% o restaurante tem garantidos. Cerveja sem álcool, -sorry, beer inside only. No interior, os verdadeiros aventureiros poderão ainda experimentar uma espécie de sumo de limão temperado com umas gotitas de algo possivelmente aparentado com vodka a que os descendentes dos Nabateus estranhamente chamam “caipirosca”.