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'Tou que nem posso


... graças e desgraças


sexta-feira, 17 de outubro de 2003



Os “boys” pelos nomes
 
Finalmente.
Finalmente vou falar sobre a condição do ser mais flagelado da nossa sociedade:

Mulher - condição primeira
40anos - mais coisa menos coisa
divorciada – não pode ser solteira, tem que ser mesmo ex-casada
sem filhos - não importa porquê
mediamente inteligente – se for completamente burra não serve
mediamente cultivada – embora se chame a isso ter um curso superior!
casa própria - e sem outros residentes
independente – em todos os sentidos

E vou falar delas a propósito de quê? perguntarão… Exactamente, acertaram!! A propósito de homens…!! Correcção: ALGUNS homens, que deus ainda existe!

Chegou o momento de me dar a mim própria o direito – justamente adquirido – de chamar os “bois pelos nomes” – não desfazendo…! –

Chega de fazer de conta que é tudo simples e linear e que com estes “atributos”, fácil e rapidamente vão encontrar o “mecinho” adequado para manter um relacionamento mais ou menos duradouro – sim, que chegada esta idade já aprenderam que o “príncipe encantado” é um mito – que vão facilmente voltar a experimentar o conforto dum ombro amigo que simultaneamente preencha o nosso outro eu, que cuide daquilo tão importante que é o nosso lado emocional, amoroso, físico, em suma, do nosso equilíbrio. Pois bem, na dura realidade, nem sempre o que parece é e o que é nem sempre parece.

Deparam-se pelos menos dois tipos de “predadores” na selva que é o mundo destas mulheres. São eles:

homem com compromisso assumido perante outrém – no sentido lacto do termo de homem casado–
e
homem em período de quarentena – leia-se homem entre duas relações que este não é feito para viver sozinho por muito tempo

Antes de mais, um comentário: não há pachorra, nem para um nem para outro. Aliás, como tudo que é previsível, uma chatice!

Como comecei por dizer, 8 anos desta “condição de mulher” é curriculum mais do que suficiente para me sentir justificada na minha falta de pudor em leccionar. Apenas falo, repito, do que me limitei a observar. Desvalorizem portanto a inerente arrogância nas minhas observações, mas é que …já não há cú que aguente!!!

A minha primeira constatação que tinha passado a aderir a esta – nova para mim na altura – condição, apanhou-me de surpresa e logo em seguida a abandonar o uso da aliança no dedo. Embora nova, já não era assim tão jovem, ou seja, se fosse casada, era ainda uma mulher nova; se fosse solteira já teria direito ao cognome de solteirona. Desfeito o equívoco – desculpe, é solteira? sim, bem de facto sou divorciada – a coisa muda de figura!

Hum! Se já foi, quer dizer que não anseia necessariamente por ser de novo, deve sentir falta daquilo que teve e agora não tem… E sem saber como nem porquê o convite para o almoço é transferido para um jantar!

Facto curioso, normalmente são pessoas interessantes, amigos ou conhecidos de amigos e conhecidos comuns, por quem toda a gente nutre grande simpatia, quer pelo indivíduo quer pelo casal, por quem inclusivamente mostrámos simpatia e vontade de manter contacto, que isto de conhecer gente interessante não acontece todos os dias.

Em momento algum, faz parte do quadro, omitem que são casados. Pelo contrário, falam abertamente da respectiva e, em caso disso, dos rebentos que são sempre o orgulho de qualquer pai. Acham assim que estão a ser profundamente honestos, que já lá vai o tempo em que os homens faziam deslizar estrategicamente a aliança para o bolso. Os tempos mudaram, querem deixar bem claro que não têm qualquer intenção de pôr um casamento estável em causa, apenas gostam, como homem-tipo que são, de dar um bocadinho de “côr” à vida, ou seja, ir para a cama com outra não é ser infiel à mulher. Pois se é dela que gostam e é com ela que querem continuar, estes “fait-divers “ são exactamente para espantar a rotina que, essa sim, mata um casamento!

Nota importante: todas estas afirmações que acabei de explanar, não são explicitas, são apenas e unicamente implícitas. Tudo se desenrola com a maior elegância e boa educação, não faltando o elogio sempre pronto – devem ter lido algures que mulher adora mesmo é que lhe digam que é linda, inteligente, elegante e charmosa –.

Em jeito de conclusão, resta-me acrescentar que normalmente são situações que dão algum trabalho a esclarecer, exactamente porque na maior parte das vezes não há lugar a esclarecimentos; seria demasiado explícito e porque só há uma forma de dizer a coisa, iria constrangir terceiros ou até futuros encontros em eventos sociais. E assim, lá teremos que ir deixando aqui e ali sinais, mensagens igualmente codificadas, como que “não estou a perceber nada”, “are you talking to me?”, “Quem, ieu?

Se ficarem clientes desta minha tão amarga – mas lúcida, vos garanto – forma de ver o “nosso” mundo, não percam o próximo episódio do

Homem em período de quarentena

Agora estou cansada e além disso tenho que pensar como é que me vou ver livre duma!


Maria - simplesmente


posted by: 1 dos 2 / 02:58
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