Partilho hoje convosco uma entrevista exclusiva dada pelo Pai Natal, feita, por mero acaso, por este vosso humilde colaborador. A noite passada, à ida, tarde, para casa, dei de caras com o Pai Natal, sentado à beira da estrada. Incrédulo, vi uma das renas deitada no asfalto molhado, exausta. Parei e perguntei se era precisa ajuda.
Conversámos um bocado. Sem assunto, afinal o que é que se pode dizer ao Pai Natal, perguntar se recebeu a nossa carta?, falei-lhe do nosso blogue. Da conversa, fica, devidamente autorizado, o registo.
Manuel - Pai Natal, a pergunta que mais me enche de curiosidade é a seguinte: por que será que milhões de pessoas não acreditam que o senhor existe?
Pai Natal - Bom, como sabe eu nunca dei nenhuma entrevista. No entanto, permita-me que lhe diga que sou um leitor assíduo do vosso blogue e que é com muito gosto que acabo por quebrar uma tradição, posso dizer, milenar. Gostaria, aliás, de aproveitar a oportunidade que me dá para desejar a todos quantos o visitam um feliz Natal. E muito obrigado pela oportunidade que me dá. À sua pergunta… Sabe, a incredulidade é, a meu ver, o pior dos defeitos da Humanidade.
M. Como é que funciona o Pai Natal?
P.N. Presumo que se refere à organização, bom, temos um staff apreciável que recebe os pedidos das crianças, e não só das crianças, e que encaminha para o Quartel-General, que, contrariamente ao que a maioria das pessoas julga, não fica na Lapónia.
M. E onde se situa então o Q.G.?
P.N. Tendo em conta a popularidade do vosso blogue não está à espera que lhe responda a essa pergunta…
M. E como é que o senhor consegue estar em tantos lugares ao mesmo tempo?
P.N. Respondo-lhe com uma pergunta. Tem absoluta certeza que Saddam Hussein é mesmo Saddam Hussein?
M. Então como é que eu posso ter a certeza que o senhor é mesmo o Pai Natal?
P.N. Pode.
M. De todos os pedidos que tem recebido, fale-me de um que considere verdadeiramente único.
P.N. Essa é difícil, sei lá, deixe cá ver, eles foram tantos… Olhe um dos que me tem dado imenso trabalho, sobretudo porque se repete de ano para ano, tem sido o de um grupo de crianças portuguesas, todas de um colégio cujo nome não consigo agora recordar e que a única coisa que me pedem é que faça com que as deixem em paz...