Não é novidade para quem me conhece, o efeito que a época natalícia provoca em mim. Eu, que adoro prosa, neste Natal deu-me para a poesia. Como diria o outro: Olha! Podia dar-lhe para pior!!
E dedico-o a todas as Marias e Manueis.
Ela julgou que era um momento,
acreditou que tudo acabaria como começou,
sem promessas, entre silêncios.
Um dia adivinhou a dor,
E antes que a dor a encontrasse
Foi ao encontro da dor.
Quis despedir-se mas apenas pediu que ele partisse.
Ela pediu um adeus, ele respondeu com um até breve.
E o breve passou a logo, e logo ele voltou.
Não lhe fechou a porta,
não o procurou,
mas deixou que ele a encontrasse.
Continuou sem entender, voltou a doer.
E com dor, mais forte do que na primeira vez,
despediu-se e pediu-lhe não voltes.
E ele disse até um dia, e o dia foi logo o seguinte.
Não o recebeu de volta, aceitou que ele a tomasse sem volta.
Deixou de doer. Para quê?
Se um dia
tudo acabaria como começou.
E um dia voltou a sentir dor,
e gritou um ai de dor
e gritou tão alto
que ele nunca mais voltou.