Depois de uma semana de “emoções fortes”, com os amigos próximos em férias – ainda não percebi o que é que deu a toda a gente para de repente ir tudo para fora!! – inicio uma nova semana com um espírito estranhamente tranquilo.
A propósito do meu texto “A rendição”, recebo um sinal que alguém algures, respira e mexe. Enviaram-me um texto lindíssimo, da autoria de Luiz Fernando Veríssimo: “Quase”.
Para quem conhece o texto e para os que me conhecem, saberão que a minha natureza – há quem diga que não é defeito, é feitio! – não convive bem com o “quase”, com a prudência que nos leva a ser calculistas, com a economia de emoções. Talvez por isso, por muitas vezes tentar contrariar essa minha forma de ser, por achar que a razão se deve sobrepor à emoção, foi um bálsamo ler algumas frases de alguém que escreve assim:
…”Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si”…
…”Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados”…
…”De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você”…
Desconfiar do destino, do acaso, da sorte e do azar, isso já é dado adquirido; acreditar em nós… aí está um bom desafio!