Sobre os comportamentos perigosos, diz a mosca que «os que cá estão já são mais do que a conta, mesmo em termos absolutos». Vai daí, continua a mosca, antes de voar, «não há lugar para mais; overbooking, sorry». Nem para Marte. «Continente desconhecido ou terra prometida», o planeta vermelho (encarnado, corrigirão os adeptos do Benfica) poderia muito bem servir para acolher todos aqueles que tiverem comportamentos dignos de cartão da mesma cor. A Austrália não foi colónia penal do Império onde o Sol nunca se punha e agora quase nem Sol tem?
Fica caro e não dá para esperar até os norte-americanos lá chegarem? Not to worry mate, até lá, o Governo teve outra ideia: proibe-se a entrada nos estádios de futebol de quem causar distúrbios. Ideia genial. É por não ter ideias assim (nem amigos nos lugares certos) que eu nunca poderei aspirar a um cargo de Secretário de Estado.
Diz quem parece ter recebido um mandato do próprio D. Afonso Henriques que os respeitadores, pacatos e trabalhadores habitantes de Guimarães (como de resto todos os outros portugueses de brandos costumes, acrescento eu) têm direito à indignação.
Permita-se pois que, primeiro, se parta tudo em batalhas campais. Entretanto, os polícias de intervenção poderão acabar de comer a refeição quente a que têm direito. Sofisticados equipamentos de vigilância (Maria, os que ainda não estão montados devem chegar a tempo, o prazo de entrega era para… ontem) registarão as manifestações de indignação. Depois, confortados com representativos pratos da gastronomia regional, os agentes da autoridade poderão sentar-se em frente à televisão e identificar, um por um, todos os que estavam indignados e os que, sem razão aparente, arrancaram cadeiras e/ou olhos.