Atlas e destacáveis de jornais e revistas sobre Portugal estão a ser muito procurados em locais onde até há pouco tempo ninguém sabia que na Península Ibérica há mais do que um país e onde, quando alguém falava em Portugal todos pensavam em laranjas. Agora já não é assim. O interese pela língua portuguesa cresceu subitamente e as emissões da RTP internacional passaram a ter inesperadas audiências.
Com ou sem relação com este fenómeno, as agências noticiosas têm estado a ser inundadas de cartas e aos gabinete dos directores dos jornais chegam telefonemas, tudo em línguas orientais. Em caixotes de lixo, um pouco por toda a parte, surgem cassetes de áudio e de vídeo embrulhadas em versículos religiosos. E ocorrem coisas no mínimo estranhas. Há dias um homem de meia idade e com aspecto suspeito foi detido algures no interior do país. Constatou-se que tem sotaque do Sul e reside habitualmente na Mouraria. Quase ao mesmo tempo foi presa numa cidade dormitório da margem Sul do Tejo uma jovem que procurava numa livraria de grande afluência um dvd do filme Lawrence of Arabia. A parede que há tempos ruiu no Norte do país não terá afinal caído sozinha, o Sr. Ismael, que morava no 2º andar costumava cantarolar numa língua que ninguém conhece e deixou de ser visto uns dias antes daquilo vir por ali abaixo, afirma com convicção a vizinha que, aliás, sempre desconfiou dele.
Os nossos serviços de informações “:-)”, não dispõem de ameaças concretas dirigidas ao Campeonato Europeu de Futebol. Nem antes, nem durante.
Eu acredito. Afinal de contas o prazo de entrega já terminou. E contrariamente aos prazos que ninguém respeita, este envolve multas pesadas.