Gestos automáticos. Chave na ignição, primeira, cinto de segurança colocado já o carro vai a andar o que obriga a alguma coordenação entre mãos para que não se largue o volante enquanto se completa uma acção e se começa outra.
Maus hábitos a que se junta um telemóvel, que por vezes vai dentro de uma pasta ou de um bolso de casaco, ou está algures dentro do carro mas vá lá saber-se onde, que espera que a marcha se inicie para tocar ou aguarda que a gente se lembre que é precisamente nesse momento que é imperiosa a necessidade de ligar a alguém ou mandar um sms. Talvez faça isso na esperança que o condutor se lembre de mandar equipar o seu carro com uma geringonça qualquer que por muito cara que seja deve custar uma fracção do que custou o veículo, que mesmo que seja velho já foi novo, e provavelmente menos que uma multa por ocupação indevida das mãos.
O vizinho, que eu não conhecia pessoalmente mas com quem me cruzava amiúde no parque de estacionamento do prédio onde vivo já não precisa de comprar um. Ficou com o telemóvel na mão. Debaixo de um dos muitos camiões que não param de passar na minha rua desde que lá se leva a cabo um projecto de renovação que nunca mais tem fim. Dizem que nem sequer foi de repente.