Afinal Jesus Cristo não terá sido tão santo quanto à primeira vista poderia parecer. Enfim, santo talvez não seja a palavra mais apropriada. Sem querer chocar ninguém. Pelo contrário. Para além de ser de muito boas famílias, Jesus terá sido, ele também, homem de família.
Tanto assim que terá deixado descendentes. Filhos, legítimos, de Maria Madalena. Terá sido precisamente ela quem se sentou à direita do marido na última ceia, e não o apóstolo João. Pelo menos é o que parece ter pintado Leonardo Da Vinci, na obra com o mesmo nome. Não sei. Não tive o privilégio. Agora, que Da Vinci pintou uma figura de traços femininos à direita de Cristo, parece não haver muitas dúvidas. Estaria o pintor a pôr em causa apenas a sexualidade do apóstolo?
Da Vinci terá feito passar o culto do feminino, de que terá sido seguidor, através de muitas das suas obras e não só da Última Ceia. Culto esse que a Igreja Católica se terá encarregado de destruir ao longo dos séculos. Por uma mera questão de sobrevivência. É que para além do papel de esposa, a Maria Madalena poderá ter estado reservado outro ainda mais importante, o de herdeira espiritual, chefe da Igreja, se naquela altura já existisse. E se assim tivesse sido não seria de admirar que isso não tivesse agradado nem a Pedro (que na Última Ceia parece ter sido pintado em posição ameaçadora face a Madalena), nem a João, nem aos outros apóstolos.
O Novo Testamento terá assim sido compilado de forma a deixar de fora evangelhos que alegadamente comprovariam o casamento de Jesus. Na "edição" que prevalece até aos dias de hoje, em vez de companheira, de facto, de Cristo, Madalena terá sido afinal uma prostituta.
Complicado...
Não faço ideia se a tese do Código Da Vinci tem algum fundamento, se o que é invocado no preâmbulo do livro como “factos” o são, de facto, se o autor do romance tem realmente algum dos atributos com que muitos e variados representantes de organizações cristãs o têm classificado. ´
Aliás, pouco me importa...
Só sei que gostei do raio do livro. Há muito tempo que não lia tantas páginas por unidade de tempo.
E quando puder irei (re)visitar o Museu do Louvre.