Agosto aproxima-se. Quase tão mau como o fim do mês de Dezembro.
É o mês que se impõe para se descansar, em que os dias são compridos, em que supostamente o clima nos oferece dias quentes, praia, sol, viagens. Em grupo, em família ou a solo, não interessa; o que interessa é “ir”.
As conversas de ocasião, para além do trivial “olá, bom dia” são enriquecidas com a eterna pergunta “quando vais de férias?” E se a frase da resposta não contiver o verbo “ir” … está errada! Não se pode “estar de férias” no sentido estático do verbo estar; férias é sinónimo de movimento, logo, a expressão correcta é “vou de férias…”.
Se alguém lhe perguntar: Então quando é que vai de férias? Tente responder: “Eu estarei de férias a 1ª quinzena de Agosto”. Não se admire se se instalar uma pausa de breve falha de comunicação para logo voltarem à carga e lhe corrigirem a sintaxe: “Não, não é isso; perguntei quando vai.”
Ir e estar, são estados diferentes. Ir de férias impõe respeito: não se incomoda ninguém porque “ele foi de férias”. Já o outro predicado, é olhado com desprezo; saber que alguém não está a trabalhar apenas porque está de férias, dá-nos o direito de o contactar sem problemas de consciência: porque não foi a lado nenhum, apenas está.
Um dos exercícios que tenho que fazer este ano é o de não me enganar neste pequeno detalhe gramatical. Este ano eu tenho que ir de férias se quiser por uma vez fazer parte do universo a que pertenço!