Continuo sem saber quem é que precisa de mim e porquê? Mas também não vou preocupar-me mais com isso. Quem quiser sabe onde me encontrar.
Hoje, à ida para casa, o carro já sabe o caminho sozinho, senti uma pancada na porta do carro, com força, por momentos pensei, porra já me bateram. Ainda não estou recuperado do mistério, realmente gostava de saber quem (e porquê!) é que se terá dado ao trabalho de fazer um buraco rectangular, quase perfeito, do tamanho aí de uma régua de escola, no pára-choques do meu Polo. Pára-choques de plástico, note-se. Foi preciso cortar. Bem, voltemos à pancada na porta.
Recuperado do susto olhei para o lado precisamente no momento em que veio a segunda pancada, ainda mais forte do que a primeira. Não sei o que me assustou mais, se o barulho, se a figura do motociclista louco que me fazia sinais frenéticos para que baixasse o vidro. A terceira pancada deve ter coincidido com a primeira buzinadela, o vermelho passou a verde sem eu dar conta. Com a aflição o carro foi-se abaixo. Atrapalhado e confuso lá dei de novo à ignição e deixei que o carro avançasse até ao semáforo seguinte. Onde o dito motociclista voltou a parar do meu lado e a bater, desta vez no vidro. Lá carreguei na porcaria do botão e o vidro desceu, obediente, vamos lá a ver o que é que o tipo quer. Ainda bem que o fiz. A coisa era mesmo importante.