Cardápio para expatriados vegetarianos, canjinha tradicional substituída por creme de legumes biblícos, pelo menos da Terra Santa são, bacalhau à portuguesa cozinhado por uma brasileira, à última hora a travessa afinal não cabia no forno e a bacalhoada teve de ser desmontada e reacondicionada, rabanadas feitas por mim, desculpa mãe mas consegui suplantar-te, bolo-rei importado especialmente, obrigado mãe da Teresa, árvore de Natal com luzes pisca-pisca, presépio onde falta um dos reis magos, não sei se é Belchior, Baltasar ou Gaspar.
O Pai-Natal surpreendeu o Daniel e chegou mais cedo, para os outros mais perto da hora certa, presentes originais dos quais o mais de todos foi o que me calhou, um utensílio que me dá imenso jeito para coçar as costas, precisamente aquela zona onde nenhum dos dedos de qualquer uma das mãos consegue chegar, mas que afinal, vim a saber, é uma réplica de uma espécie de colher de pau mexicana usada para preparar chocolate.
O David, que veio com a (candidata a?) namorada desculpou-se (estás perdoado, o motivo era realmente de força maior mas perdeste as sobremesas) e zarpou mais cedo, o Daniel teve de ir para a cama que já eram horas, ficaram a Marta e a Teresa para as rabanadas e restantes doçarias, café, histórias e estórias.
Por exemplo, o que é que diz o tubarão à tubaroa?
Tu baralhas-me.
Chamar um táxi para devolver as minhas convidadas à procedência foi uma odisseia mas lá se conseguiu uma central que não me deixasse pendurado minutos entretido com diálogos impossíveis de reproduzir em fórum como este mas dignos de motoristas de táxi e antes de me sugerir que fosse tentando.