Café. Simples, sem leite, com leite, expresso, bica, cimbalino, cappuccino, macchiato, meia de leite, galão, viennois, borgia, turco (grego?), tudo menos instantâneo ou "lamacento", que é assim uma espécie de café turco (grego?), do tipo instantâneo sem no entanto o ser, que por muito que se espere para se beber (já frio) ficarão sempre pequenos grãos de café na boca.
Abro o congelador que, dizem, é onde se deve conservar o café e, a propósito de leis de Murphy, fico com a tampa da lata na mão e o café espalhado por tudo quando é lado. Se ao menos tivesse um animal qualquer (um gato!) que gostasse de café. Um montinho de dimensão considerável não cai no chão, fica mesmo à beira da porta do congelador, alguns grãos vão escorregando e caindo lentamente, enfiando-se entre a borracha e a porta. Se a abro isto cai tudo. Pergunto a mim mesmo se devo irritar-me com a sujeira que acabo de fazer e fico sem resposta.
Hum, um prato, pego no que está mais à mão e com jeitinho tento recolher o pó de café que ameaça precipitar-se para o abismo a qualquer momento. Boa, consegui, agora é só aspirar o chão. Deito com jeitinho o café no lixo e coloco o prato em cima da mesa da cozinha.